
Patrimônio material
Edifício-sede do antigo Banco de Crédito Real
Endereço: Rua Halfeld, 504 – esquina com Avenida Getúlio Vargas – Centro
Processo: 0859/1986
Decretos/Data: 4719/29.12.1992 – 8248/28.05.2004
A proposta de tombamento do edifício-sede do antigo “Banco de Crédito Real” e de seus respectivos Museu e Arquivo Histórico é justificada pelos seguintes motivos:
– Histórico: por ser o mais antigo banco de Minas Gerais e um dos mais antigos do país, fundado em 05 de setembro de 1889;
– Social e econômico: pela sua contribuição para o desenvolvimento de Minas Gerais, em particular, da região da Zona da Mata Mineira, tendo sido os seus fundadores e acionistas pessoas de projeção na vida do Município de Juiz de Fora;
– Arquitetônico: pelo apuro de seu estilo e execução, tendo sido o seu projeto de autoria do engenheiro-arquiteto Luiz Signorelli, profissional destacado na cidade de Belo Horizonte, responsável pela introdução de uma linguagem erudita e sensível marcada pelo ecletismo. Sua execução foi de responsabilidade da antiga “Companhia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri”.
Tais aspectos são caracterizadores de um momento do desenvolvimento cultural marcado pela forte contribuição de mestres e operários imigrantes que exerciam seus ofícios sob a égide da arte e, por sua vez, uma elite sintonizada com as tendências mais apuradas da cultura arquitetônica internacional (escola francesa), sem deixar de expressar a sua sensibilidade.
– Urbanístico: por ter marcado de maneira especial as duas artérias de função comercial da cidade, Avenida Getúlio Vargas e Rua Halfeld, cruzamento este que também abriga edifícios-sedes de entidades congêneres – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal -, bem como o edifício do antigo Pálace Hotel, que representou, em sua época, o que havia de mais moderno no sistema hoteleiro do município.
– Cultural: em função do Museu e do Arquivo Histórico, cuja iniciativa o inclui entre os seis primeiros museus especializados relacionados à história das instituições bancárias no mundo.
Seu tombamento abrange o edifício-sede do antigo “Banco de Crédito Real”, compreendendo a volumetria e fachadas, que implica na preservação de suas características arquitetônicas definidas pelos padrões de acabamento, tanto do seu núcleo original, como também de seu acréscimo formado pelos dois andares superiores. Inclui, ainda, as pinturas ornamentais parietais, realizadas pelo artista italiano Angelo Biggi, radicado em Juiz de Fora, também responsável pelas pinturas parietais do “Cine-Theatro Central” e da sede da “Associação Comercial”.